sábado, 1 de agosto de 2015

Bartolomeu Bueno da Silva: o bandeirante que enganou os índios

Esse artigo foi adaptado e extraído do uol educação



Anhanguera colocando fogo na "água dos índios"
             O Brasil atual possui tem cerca de 8,5 milhões de quilômetros quadrados. No entanto nem sempre teve essa dimensão territorial tendo sido vários fatores responsáveis pelo alargamentos das fronteiras. Um desses foram as ações do Bandeirantes. Homens em busca de índios, escravos fugitivos e principalmente em metais preciosos como esmeraldas, ouro e prata. Grandes nomes se destacam nesse período, como Fernão Dias Paes Lemes, Antônio Raposo Tavares, entre outros. 
         Nesta postagem quero destacar o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como Anhanguera, que significa Diabo Velho. Não sabe-se ao certo as datas de nascimento e morte. Consta-se que recebeu esse nome por ter enganado os índios no interior do Brasil.
.            "Em 1682, sua expedição partiu de São Paulo e atravessou o território do atual Estado de Goiás, seguindo até o rio Araguaia. Ao retornar desse rio, à procura do curso do rio Vermelho, encontrou uma aldeia indígena do povo Goiá. Diz a lenda que as índias estavam ricamente adornadas com chapas de ouro e, como se recusassem a indicar a procedência do metal, Bartolomeu Bueno da Silva pôs fogo a uma tigela contendo aguardente, afirmando que, se não informassem o local de onde retiravam o ouro, lançaria fogo em todos os rios e fontes. Admirados, os índios informaram o local e o apelidaram de Anhanguera (em tupi, añã'gwea), diabo velho."
       Essa bandeira deu origem à lenda das minas da serra dos Martírios, buscada por vários sertanistas, e que, segundo fontes da época, "tinha por obra da natureza uma semelhança da coroa, lança e cravos da paixão de Jesus Cristo" esculpidos em ouro e cristaisAinda segundo a lenda, seu filho, Bartolomeu Bueno do Silva, à época ainda um menino, o acompanhava nessa bandeira. Bartolomeu Bueno da Silva (filho), o segundo Anhanguera, nasceu em Parnaíba, São Paulo, em 1672 e faleceu em 19 de setembro de 1740 na vila de Goiás, em Goiás.                                   Em 1701, atraído pelos descobrimentos de ouro na região de Minas Gerais, o segundo Anhanguera estabeleceu-se em Sabará e, mais tarde, em São João do Pará e em Pitangui, onde foi nomeado assistente do distrito. Os conflitos entre emboabas e mineradores de São Paulo e os levantes ocorridos em Pitangui, encabeçados por seu genro Domingos Rodrigues do Prado, levaram-no a voltar para a capitania de São Paulo e a se fixar em Parnaíba.
             Em 1720 dirigiu uma representação a Dom João 5º, pedindo licença para voltar  às terras de Goiás, onde seu pai encontrara amostras de ouro. Em troca, solicitava do soberano o direito de cobrar taxas sobre as passagens de rios. Em 1722, sob seu comando, a bandeira seguiu para Goiás, juntamente com numerosa parentela do sertanista, que, durante quase três anos explorou os sertões goianos em busca da lendária serra dos Martírios. Em 1725 conseguiu encontrar ouro no rio Vermelho, próximo à antiga capital de Goiás. Voltou à região no ano seguinte, quando, na qualidade de capitão-mor regente das minas, fundou o arraial de Santana, elevado em 1739 à categoria de vila como Vila Boa de Goiás, atualmente cidade de Goiás, conhecida como Goiás Velho. Além do referido cargo, Dom João 5º concedeu-lhe sesmarias e a cobrança de direitos sobre a passagem de rios que conduziam às minas goianas.
         No entanto, a pretexto de que o Anhanguera havia sonegado as rendas reais, o direito de passagem lhe foi retirado em 1733. Na medida em que se organizava a administração estatal de Goiás, a autoridade do sertanista ia sendo limitada pelos delegados régios. Ao falecer, em 1740, Bartolomeu Bueno da Silva estava pobre e reduzido a um exercício de mando quase decorativo. Na antiga capital de Goiás ainda existe a cruz do Anhanguera, por ele levantada em 1722, e que perpetua a memória do início da colonização do território goiano.

Adaptado e extraído de uol educação 

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