
– Em 14 de
fevereiro de 1630, os holandeses (também chamados de flamengos), aportaram
no nordeste brasileiro com uma armada de 67 velas. Desembarcaram em Pau
Amarelo, litoral norte de Pernambuco, e tomaram a direção de Olinda. Por fim,
estabeleceram-se no povoado do Recife.
– Com a ajuda de Domingos Fernandes Calabar,
luso-brasileiro conhecedor dos rios pernambucanos, os holandeses dominaram
parte do nordeste do Brasil, da foz do Rio São Francisco até o Rio Grande. De
lá, partiram para a conquista do Maranhão, que só foi conquistado em
1641.
– Em Pernambuco, os holandeses
ficaram por 24 anos. Nesse período, Recife seria conhecida como Nova Holanda. Para
governá-la, a Companhia das Índias Ocidentais enviou para o Brasil o conde
Maurício de Nassau. Ao desembarcar em 1637, ele daria início à chamada “idade
de ouro” do Brasil holandês.
– Para governar a Nova Holanda, Maurício de Nassau receberia 1,5 mil florins mensais,
além de seu salário como coronel do Exército, mais uma ajuda de 6 mil florins
para despesas pessoais. Além disso, ele tinha o direito a 2% sobre tudo o que
fosse apreendido no litoral do Brasil.
– Junto a Nassau vieram, ao todo,
uma comitiva com 46 artistas, cronistas, naturalistas e arquitetos, que o
acompanhou em sua viagem ao Brasil. Eles seriam responsáveis pela documentação
não só das obras do governo, mas da sociedade recifense da época.
– Quando
chegou no Recife, em 1637, Nassau encontrou uma população de cerca de 7 mil
pessoas obrigada a conviver nas piores condições de higiene e conforto. Para
enfrentar a falta de habitações, iniciou a construção, na Ilha de Antônio Vaz,
do que veio a ser chamada de Cidade
Maurícia.
– Durante a sua administração,
Recife tornou-se a cidade mais cosmopolita do continente. Holandeses,
franceses, alemães, poloneses que integravam os quadros da Companhia das Índias
viajavam para lá. A forte prostituição fez a cidade passar por um terrível surto
de sífilis, doença de cidade grande.
– Apesar das mudanças efetuadas
por Nassau, a colônia não dava os lucros desejados pelo governo holandês. Por
este motivo, em maio de 1643, o governo holandês mandou que Nassau abandonasse
a administração e retornasse para a Holanda. Porém, ele demorou quase um ano
para obedecer.
– Em seu Testamento Político,
Nassau recomendou que, na sua ausência, o governo fosse tolerante com práticas
religiosas e exercesse sem rigor a cobrança dos créditos dos engenhos. Que conservasse
as fortificações e fizesse o que fosse possível para atrair a simpatia dos
comerciantes portugueses.
– O conde Maurício de Nassau
voltou à Europa no mesmo barco que o trouxera ao Brasil, o Zuphen. Ao seu redor,
navegava uma frota de 13 navios, e um carregamento avaliado em 2,6 milhões de
florins. Ao voltar para Europa, até a sua morte, em 1679, Nassau seria chamado
de “o brasileiro”.
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