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Veja também as atividades sobre a crise do feudalismo
Durante a idade média (476-1453) predominou na Europa o feudalismo. Esta organização caracterizava-se pela descentralização política, economia agrária, sociedade definida pela posse de terras e nascimento e o poder cultural controlado pela Igreja Católica. O sistema feudal formou-se durante o processo de ruralização da Europa iniciado após as invasões no Império Romano do Ocidente liderada pelos povos bárbaros (denominação dada àqueles que não possuíam os costumes romanos, como a língua, o latim). No entanto começou a apresentar sinais de decadência a partir do século XII devido a um conjunto de fatores interligados.
1. Cruzadas: estas foram expedições organizadas pela Igreja
Católica com o objetivo de reconquistar territórios considerados sagrados para
o Cristianismo, como Jerusalém.
Outra meta era de conquistar novas terras, pois os feudos se mostravam
insuficientes para atender a demanda demográfica do período. No final
fracassaram e inúmeros senhores feudais faliram agravando ainda mais a crise.
Além disso, com as cruzadas, o contato com o oriente foi retomado impulsionando
o comércio pelas chamadas especiarias,
nome dado a produtos raros na Europa, como pimenta, sal, açúcar, diversos
tecidos, marfim, entre outros.
2. Renascimento comercial: A ideia de Renascimento Comercial está ligada ao fato de que o comércio
que era praticado até o fim do Império Romano (séc. V) perdeu intensidade nos
feudos, uma vez que nestes predominava o comércio ou troca de produtos
agrícolas. Porém, fora dos feudos, o comércio de mercadorias e manufaturas nas
feiras comerciais passou a ganhar cada vez mais destaque. Está relacionado
também com as Cruzadas que retomou o contato com o oriente na Idade média
aguçando o gosto pelas chamadas especiarias, raras na Europa até então.
3. Corporações de ofício. Inicialmente, as
terras onde eram realizadas as feiras comerciais estavam sob controle dos
senhores feudais ou membros da Igreja. Por este motivo, muitas vezes a carga de
impostos era muito alta. Para se proteger dos altos tributos, foram criadas
associações para garantir os direitos dos mercadores. Inicialmente, estas
associações congregavam todos os comerciantes. Porém, com o tempo, surgiram as Corporações de Ofícios, ou Guildas,
para garantir os interesses de diferentes categorias de serviços. Neste
sentido, havia guildas de ferreiros, sapateiros, peixeiros, carpinteiros, entre
outros.
4. Êxodo Rural. O
feudalismo passou por um período de prosperidade na Europa: a produção
aumentou, as guerras cessaram e a ruralização intensificou-se. No entanto a
população aumentou significativamente e a produção não acompanhou. Com isso
muitos senhores feudais expulsavam servos e/ou vilões que migravam paras as
cidades fortalecendo ainda mais o Renascimento Urbano.
5. Renascimento urbano e surgimento da burguesia. O Renascimento Urbano foi outro dos “renascimentos” que
ocorreram na Idade Média e está vinculado diretamente ao Renascimento
Comercial. As feiras comerciais passaram a contar com um número de pessoas cada
vez maior, de forma que, em alguns casos, havia necessidade de organizar as
feiras em lugares fortificados, com maior proteção. Deste processo, surgiram os
Burgos, cidades medievais que estavam fora do domínio dos senhores feudais.
Muitas delas garantiam a liberdade que não existia no feudo, atraindo milhares
de servos e acentuando a crise do sistema feudal. Os habitantes dos Burgos eram
chamados de burgueses.
6. A Peste Negra. Foi uma das pandemias (epidemia que se expande
rapidamente por um grande território) mais famosas da história, chegou na
Europa através de um navio da cidade de Veneza, na Itália, que navegava por
rotas comerciais no Mar Mediterrâneo. Entre 1340 e 1350, a epidemia matou
milhares de europeus. Mas esta doença proveniente do rato não se espalhou de
forma tão rápida e mortal por acaso. Outros fatores estiveram associados à sua
fatal disseminação, como a crise na agricultura feudal devido a guerras,
fatores climáticos e queimadas.
7. Revoltas camponesas.
Ser um servo medieval não era tarefa fácil. Apesar de ter um lugar para morar e
estar sob proteção de um senhor feudal, a quantidade de obrigações que o servo
tinha que era imensa. Com a crise agrícola e as epidemias do século XIV,
vistas no tópico anterior, houve uma redução da população, de forma que a carga
de trabalho dos servos multiplicou. O aumento da carga levou ao
descontentamento e a explosão de várias revoltas camponesas em toda a Europa. Na França, estas
revoltas ficaram conhecidas como jacqueries,
pois os servos eram conhecidos na região como Jacques Bonhomme, ou “Zé
Ninguém”, em português.
8. Monarquias
Nacionais. Durante a idade média
cada feudo era administrado por um senhor feudal, de forma que não havia
uma unidade política e administrativa. Na Baixa Idade Média, surgiram nações – Monarquias
Nacionais – cujo poder
central estava nas mãos de um rei, com língua, moeda e um conjunto próprio de
leis. Estas nações surgiram da aliança entre o rei e a burguesia. A burguesia
sentia-se prejudicada em seus negócios, pois os senhores feudais tornavam o
comércio difícil, cobrando altos impostos ou saqueando as cidades. Assim, um
poder centralizado se fazia necessário para garantir a estabilidade.
Devido a
essa conjuntura citada o sistema feudal aos poucos foi entrando em decadência
na Europa sendo substituído pelo capitalismo,
no entanto diferente do atual. Politicamente os reis voltaram a ter um
poder forte e centralizado graças à aliança com a burguesia. Na sociedade outra
classe social surgiu: a burguesia, com grande poder econômico. No entanto,
deve-se ressaltar que em cada região da Europa o declínio do feudalismo ocorreu
em momentos diferentes.
Fontes: Wikipedia, história digital e livros de história geral
Fontes: Wikipedia, história digital e livros de história geral
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